É preciso dar um salto evolutivo no jeito de liderar [1/4]
- Mariangela Gomes
- 6 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de nov. de 2024

Foto de mwangi gatheca na Unsplash
Nessa série de 4 artigos queremos conversar sobre a necessidade de darmos um salto evolutivo no jeito de liderar e fazer um convite para coconstruirmos novas narrativas de liderança.
Esses números nos trazem um choque de realidade de que alguma coisa não está indo muito bem nas organizações. Não sei você, mas a gente se assusta cada vez que vê esses números.
Ficamos nos perguntando: 'O que estamos fazendo de errado?', 'O que não estamos fazendo?', 'Estamos olhando para os reais problemas organizacionais ou estamos apenas tomando ações paliativas?', 'O que estamos normalizando e perpetuando, mas não deveríamos?'.
Uma coisa nos parece certo afirmar: nossas atuais práticas de gestão não estão dando conta das novas tensões e desafios do contexto de incerteza, impermanência e complexidade que estamos vivendo, não estão dando conta, também, das atuais necessidades e expectativas das pessoas com relação ao trabalho. Fica claro que algo precisa ser feito, e logo, antes que viver e conviver, no mundo corporativo, se torne insustentável.
Mas antes de seguir, vamos alinhar expectativas: essa série de artigos não tem a menor pretensão de trazer respostas ou soluções prontas. Nossa intenção é compartilhar algumas de nossas inquietações para que possamos debater e questionar o papel da liderança e da cultura frente a esses desafios, buscando por caminhos possíveis que apoiem o RH e as lideranças a construírem novas respostas. Mas principalmente queremos fazer um convite e um chamado para cocriarmos novas narrativas e novos jeitos de liderar.
Por que esse convite?
Porque diariamente surgem novas tensões e novos desafios, que competem entre si, por atenção e ação imediata e que vai muito além da gestão do time e do negócio.
Estamos sendo impactados, direta ou indiretamente, por policrises sem precedentes. Ok, sabemos que crises políticas, econômicas, ambientais, sociais e humanitárias, sempre existiram e sempre existirão, mas agora elas são ainda mais multifacetadas, acontecem de forma simultânea, interconectada e com impactos amplificados em todos os aspectos, do negócio e de nossas vidas. Essas policrises estão nos fazendo perceber a necessidade de reformulamos, rapidamente, a forma como operamos, como times, organizações e sociedade.
Essas novas tensões e desafios também estão testando a nossa capacidade de gerar respostas - novas, rápidas e transformacionais - e vêm revelando a vulnerabilidade (e até mesmo a ineficiência) dos nossos atuais modelos de gestão e liderança.
Acreditamos que não se trata apenas de manter as organizações competitivas e rentáveis, mas de desenvolvermos uma alta capacidade adaptativa e regenerativa para prosperar (como pessoas, organizações e sociedade) frente a um mundo permanentemente mutante.
Cada vez mais vemos que, para prosperar, as organizações precisam mostrar como contribuem positivamente para as pessoas, para todos os seus stakeholders, para a sociedade e para o planeta.
E isso só será possível se dermos um novo salto evolutivo na forma de liderar. E aqui não estamos falando de criar novos estilos ou uma nova lista de competências do líder do futuro, mas sim de olharmos a liderança a partir de novas lentes e novas perspectivas. Precisamos olhar a liderança, não apenas como um papel, mas como um fenômeno socialmente construído, complexo, dinâmico e multifacetado. Precisamos olhar para o que é estar na pele da liderança.
Não dá mais pra tentar tapar o sol com a peneira, com ações paliativas que tratam os sintomas e não os problemas. É preciso olhar para as ameaças que estão batendo em nossa porta, olhar para o elefante que está na sala, trazendo à tona as questões, os problemas que são controversos, embaraçosos, impopulares, aqueles que a gente evita mencionar ou discutir. Precisamos fazer isso para que possamos questionar nossas crenças, a forma como as coisas são feitas, os processos, as estruturas, as dinâmicas sociais e, então, mudar o status quo.
Mas isso é conversa para o nosso próximo artigo =)
coescrito por Mariangela Gomes e Blenda Campos
Conta aqui pra gente: Aí na sua organização ou nos projetos que você está envolvido(a), as pessoas estão tentando tapar o sol com a peneira ou estão olhando para os elefantes que estão na sala?


![Precisamos olhar com mais humanidade para o que é estar na pele de um líder [ 2 / 4 ]](https://static.wixstatic.com/media/5d1b54_aa711b21919c499e886a03533b7bf985~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1074,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/5d1b54_aa711b21919c499e886a03533b7bf985~mv2.jpg)
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